O livro:
Tragédia, sétima dramaturgia autoral do Quatroloscinco Teatro do Comum. O grupo, que tem sua pesquisa baseada em criação coletiva e dramaturgia autoral, já percorreu, desde sua criação (2007) mais 70 cidades em 20 estados brasileiros, além de Argentina, Cuba e Uruguai. Em seu repertório estão: É só uma formalidade (2009), Outro Lado (2011), Get Out! (2013), Humor (2014), Ignorância (2015), Fauna (2016) e, agora, Tragédia (2019), sendo os quatro últimos textos publicados pela Javali. O Quatroloscinco é um dos coletivos teatrais de Belo Horizonte que mais investe na ação de publicar a sua dramaturgia. O livro contém o texto dramtúrgico da peça, além de textos do Grupo e da direção do espetáculo, ficha técnica, fotos de Luiza Palhares e também um texto crítico escrito por Felipe Cordeiro.
Tragédia traz uma leitura contemporânea de diversos aspectos da tragédia grega buscando diálogo com nossas tragédias contemporâneas e com a situação atual do país. Em volta de uma mesa de sinuca, os atores elaboram ações e tensões sobre os jogos de poder, a parcialidade da justiça, a banalização da violência e o apagamento da história. Há muito tempo o conceito de tragédia deixou de representar uma ação elevada ou de pertencer à elite da polis. Ao contrário, as tragédias da vida real já não servem como um ensinamento, não castigam os reis, as rainhas nem seus descendentes. Hoje, a tragédia pertence aos comuns – gratuita, cotidiana e naturalizada. A desdita é o status quo e o infortúnio é o que alimenta os sistemas de poder. Se a tragédia clássica buscava a catarse por meio da compaixão e do temor a fim de expurgar sentimentos, a tragédia comum nos força a aceitar o absurdo e nos imobiliza entre o luto e o cinismo. Assim, nossa Tragédia é um convite para discutirmos ideias reais em um pano de fundo ficcional que joga com a realidade. É também uma tentativa nossa de partilhar uma mirada crítica sobre o nosso tempo e aquelxs que o habitam agora.
Sinopse:
Há jogos que se popularizam pelo mundo, ultrapassam os limites dos palácios, escorrem como sangue, inundam as ruas e entram pela fresta da porta de nossas casas. Jogos com regras rígidas e penalidades severas. Jogos que atravessam milênios e pelos quais se mata e se morre. Todo jogo é um campo de batalha.
A peça traz uma leitura contemporânea de diversos aspectos da tragédia grega a partir do clássico Antígona, de Sófocles, buscando dialogar com nossas tragédias contemporâneas e com a situação atual do país. Em volta de uma mesa de sinuca, os atores elaboram ações e tensões sobre os jogos de poder, a parcialidade da justiça, a banalização da violência e o apagamento da história.
Texto de Ricardo Alves Jr. - diretor de Tragédia.
O Quatroloscinco é um dos grupos mais originais e instigantes da cena teatral mineira. Os quatro atores-criadores experimentam o fazer teatral em diálogo direto com questões contemporâneas, numa atuação focada no potencial performático em relação aos espectadores e na pulsão poética das palavras. O espetáculo Tragédia, da perspectiva do processo de direção, se desenhou como criação horizontal. Um diálogo fluido entre proposições dramatúrgicas, criação performativa e encenação, o que se inspira e reflui no processo de criação coletiva experimentado pelo grupo ao longo dos anos.
Neste novo trabalho, lançamo-nos ao desafio de olhar para a tragédia grega por meio de uma perspectiva que busca ressignificar o mito sob a experiência da angústia dos nossos dias. Os interstícios entre o teatro e o cinema exploram dinâmicas imagéticas: a projeção em tempo real, captada pelos atores. O desafio de performar em registros distintos – a corporalidade e espacialidade próprias do palco em contraposição ao intimismo e atuação confessional exigidos pelo enquadramento da câmera – resulta em um câmbio perene que se expressa de modo orgânico, ao mesmo tempo que resvala na dimensão simbólica do arquétipo trágico. A encenação se lança ao desafio constante de compor um todo por meio do fluxo entre linguagens – verticalizando suas potencias - para transpor para a cena a tragédia antiga e “eterna” do indivíduo insubmisso, comprometido e ético em conflito com um poder tirânico que insiste em tentar apagar os seus crimes, impondo a mentira e o esquecimento como norma.
Ricardo Alves Jr.
Cineasta formado pela Universidad del Cine, em Buenos Aires. É diretor de teatro e Cinema.
Ficha técnica do livro:
Peso: 130g
Tamanho: 15 x 10 cm
Nº de páginas: 96
ISBN: 978-85-5876-024-9
Ano: 2020Projeto gráfico e diagramação: Letícia Naves
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SKU: 978-85-5876-024-9
R$ 25,00Preço
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