Dando continuidade à sua pesquisa dramatúrgica sobre estruturas narrativas instáveis e temas que desafiam o conforto do drama tradicional, Carlos Canhameiro apresenta reparação (um documentário). Após investigar as incongruências entre religião e poder político em ANTIdeus (Prêmio CCSP de dramaturgia, 2016) e as fissuras da culpa e da incapacidade do teatro em dar conta das relações dramáticas em xs CULPADXS (Prêmio Shell, 2023), Canhameiro mergulha aqui numa história real ocorrida no interior de São Paulo, nos anos 1980. A peça entrelaça ficção e depoimentos colhidos por meio de entrevistas com moradores locais, expondo as consequências de uma violência silenciada e o retorno da vítima anos depois — agora com o filho nos braços. Entre a denúncia e o abismo da reparação impossível, o autor reafirma sua busca por formas híbridas, que exponham não apenas os fatos, mas também suas reverberações afetivas, sociais e políticas.
O posfácio do livro foi escrito por Ivana Moura - jornalista, crítica e pesquisadora de teatro.
Sinopse:
Este texto é baseado em uma história verídica que ocorreu em uma cidade do interior de São Paulo na década de 80. O caso teve pouca notoriedade na imprensa nacional ainda assim os nomes foram alterados e a cidade omitida para evitar quaisquer danos às pessoas envolvidas. O autor entrevistou moradoras moradores e pessoas implicadas na história. As escolhas dos enxertos presentes nesta obra foram aleatórias a partir de quem estevedisposto a falar sobre o assunto. os depoimentos são transcrições dos áudios das entrevistas. O autor procurou manter máxima fidelidade às falas dos entrevistados e das entrevistadas. As cenas dramáticas são reconstituições ficcionais em que o autor tomou maior liberdade artística sem contudo deturpar a trama e seus desdobramentos. A realidade é uma ficção a ser escrita. as entrevistas foram realizadas ao longo de 2016.
Sobre o autor:
Carlos Canhameiro é escritor e artista de teatro. Doutor em Artes pela UNICAMP. É autor de mais de dez livros publicados no Brasil e na Europa. Transita entre poesia e dramaturgia com linguagem experimental e olhar inquieto. Venceu o Prêmio Literário Cidade de Manaus com poesia sem ponto (Lamparina Luminosa) e o Prêmio Shell de Melhor Dramaturgia, em 2023, por xs CULPADXS (Mireveja). Sua obra cruza humor ácido, política e afeto, desafiando formas e certezas. Escreve como quem monta armadilhas — para os outros e para si.
Ficha técnica:
Peso: 140g
Tamanho: 18,5 x 12 x 0,4 cm
Nº de páginas: 112
ISBN: 978-65-87635-48-4
Ano: 2025
Capa e diagramação: Vitor Carvalho
Projeto gráfico da Coleção Teatro Contemporâneo: Amanda Goveia e Vitor Carvalho
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SKU: 978-65-87635-48-4
R$ 40,00Preço
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