Coração de Bananeira, de Pipe Nascimento, Marcos Alexandre e Soraya Martins, é uma dramaturgia repleta de escrevivências que conta a história de Gonsalina Ferreira do Nascimento, nascida no dia 4 de novembro de 1927, em São Francisco de Minas. "Uma mulher preta, mãe e avó, que tece recordações e reconstrói lembranças de sua vida marcada pelo Mal de Alzheimer. A história real de uma família não tradicional, que mistura fé e resistência, em uma dramaturgia do corpo, das memórias e dos afetos".

"Coração de Bananeira é um encontro com o tempo, com a ancestralidade, com meus mais velhos e mais velhas presentes e que já não se encontram entre nós, com as memórias qu me afetam e que me comprometem com os meus lugares de pertencimento, que ganham dimensões múltiplas toda vez que penso que não estou/estamos só(s), levo comigo os meus e as minhas [...]" (Marcos Alexandre)

"Ser uma das mãos coloridas que teceu Coração de Bananeira representou a possibilidade de fabular, a partir da grandeza de Dona Gonsalina, as vós que não tive chance de conhecer. De alguma forma, inventei memórias, recriei histórias contadas e esquecidas e imaginei passados, presentes e futuros. Isso porque Gonsalina, vó de Pipe Banana, mais do que representar simplemente as matriarcas das famílias pretas brasileiras, é , antes de tudo, elo ancestral que liga temporalidades e desejos que animam e perpassam as múltiplas subjetividades pretas." (Soraya Martins)
 
Sobre os/as autores/as:

Pipe Nascimento:
Graduou-se como Atriz e Administradora e atualmente é Mestranda em Educação e Formação Humana pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Foi bolsista na Universidade de Coimbra em Estudos Artísticos pelo programa Minas Mundi da UFMG, onde cursou a disciplina de mestrado, Produção e Gestão Culturais. É Gestora de Projetos com foco em planejamento financeiro ligados às leis de incentivo à cultura e desenvolve trabalhos e pesquisas em arte e educação com pessoas em situação de vulnerabilidade social. Produziu espetáculos teatrais em turnê nacional pelo Palco Giratório e fez parte da produção de grandes eventos em BH, como o Carnaval Oficial, o Circuito Municipal de Cultura, o Circuito da Praça da Liberdade, dentre outros festivais e movimentos artísticos culturais. Foi curadora de artes cênicas na Virada Cultural de Belo Horizonte, no Festival de Gastronomia e Cultura de Tiradentes e no Fartura Brasil em BH, São Paulo, Belém, Porto Alegre, Fortaleza e Brasília. Pipe é artista do corpo, educadora e performer queer. Desenvolve e colabora com projetos e diálogos artísticos- sociais-políticos pela produção de afetos.

Marcos Alexandre:
É Professor Titular da UFMG, onde atua na graduação e na pós-graduação do curso de Letras e ministra disciplinas no curso de Teatro. É Bolsista de Produtividade 1C do CNPq; integrante cofundador do Mayombe Grupo de Teatro (1995); Coordenador do CEA – Centro de Estudos Africanos da UFMG e do NEIA – Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Alteridade da FALE/UFMG. Realizou pesquisas de pós-doutorado sobre Teatro Negro, no ISA – Havana e no PPGAC, da UFBA (2008- 2009), e sobre Alteridades e Performance, no Instituto Hemisférico de Performance e Política das Américas – NYU e no NEPPA – PPGAC – Unirio (2017-2018). É crítico colaborador do Site Horizonte da Cena e Membro da Associação Internacional de Críticos de Teatro (IACT-AICT). Publica e desenvolve pesquisas sobre literaturas hispânicas, performance, teatro latino-americano e teatro negro. Entre os livros publicados e organizados, destaca-se: O teatro negro em perspectiva: dramaturgia e cena negra no Brasil e em Cuba (Malê, 2017).
 
Soraya Martins:
É atriz, crítica teatral e curadora independente. Foi curadora do Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia/FIAC 2019-2021 e do Festival Internacional de Teatro de Belo Horizonte/FIT-BH 2018. Doutora em Literatura de Língua Portuguesa pela PUC Minas. Mestre em Estudos Literários pela UFMG. Atriz formada pelo Teatro Universitário da UFMG. Cursou Semiologia do Teatro no Dipartimento di Musica e Spettacolo dell´Università di Bologna, Itália. Desde 2005, atua como atriz e pesquisadora de teatralidades brasileiras. Escreve críticas teatrais tanto para o projeto segundaPRETA quanto para o site Horizonte da Cena e para festivais, tais como: Festival de Curitiba, Mostra Internacional de Teatro/MITsp, Festival Estudantil de Teatro de BH e Festival Cenas Curtas do Galpão Cine Horto. Tem em seu currículo trabalhos realizados junto a diversos grupos de teatro, entre eles, o Grupo Espanca!
 
Ficha técnica:
Peso: 200g
Tamanho: 20 x 13 cm
Nº de páginas: 108
ISBN: 978-65-87635-23-1
Ano: 2022
Projeto gráfico, diagramação: Luisa Rabello
Capa: Leonardo Alves